Aprender com o buriti: tempos e espaços na formação de agentes da economia solidária do Norte de Minas Gerais

Curso: 
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Data da Defesa: 
10/12/2007
Palavra Chave: 
Economia Solidária, agentes solidários, formação e saber/prática popular.

Este estudo realizado no intervalo entre a Geografia e a Antropologia tem como questão central a Economia Solidária (ES), também conhecida como Socioeconomia Solidária, e a formação de seus agentes. Ele se inicia com uma reflexão teórica com base no pensamento mais atual de Milton Santos, pensador de “um outro mundo possível”, abrindo um dos horizontes deste estudo. Os temas da pesquisa da presente dissertação envolvem o saber-fazer e o fazer-saber cooperativos, em busca de alternativas populares e viáveis frente às políticas e práticas econômicas vigentes da economia de mercado. A experiência escolhida envolve um grupo e quatro de seus subgrupos praticantes em pequena escala de ES, com uma forte marca de sustentabilidade do ecossistema do Cerrado, denominado “Chico Fulô”. Ele está localizado no município de Buritizeiro, no Noroeste de Minas Gerais, e em comunidades situadas nas proximidades das margens do rio São Francisco. São experiências populares apoiadas e assessoradas por uma organização não-governamental, o Graal, atuante em diferentes áreas de Minas e de outros Estados da Federação. Chegaremos às experiências de ES escolhidas através de uma apresentação de caráter geo-histórico a respeito da origem, dos pressupostos e da atualidade da Economia Solidária. Ele será sucedido por uma apresentação de tendências atuais da educação dirigida à formação de pessoas, uma vez que esta questão é o foco mais essencial de nosso estudo. Entre a teoria, a história e a descrição qualitativa e quantitativa de práticas locais de ES, trabalhamos com elementos que fundamentem propostas de gestão e construção coletiva de projetos com os seguintes eixos e horizontes: a solidariedade, em direção a uma “outra economia” e associada à nova estrutura de relação de poder e de sociabilidade; a sustentabilidade, em direção a novas formas de relacionamentos sociedade/ambiente, em processos de socialização da natureza através do trabalho; a criatividade social, em direção de processos participativos de criação de novas e mais humanas formas de gestão da vida e da própria sociedade, a partir da criação de redes e teias de práticas sociais emancipatórias solidárias e sustentáveis, a partir de experiências concretas de âmbito local.

Banca/Orientador(es): 
Prof. Dr. Carlos Rodrigues Brandão
Banca / Examinador(es): 
Prof. Dr. Leopoldo Thiesen, Prof. Dr. João Cleps Jr.
Discente: 
Lucimar Magalhães de Albuquerque