Dos canaviais à “etanolatria”: o (re)ordenamento territorial do capital e do trabalho no setor sucroalcooleiro da Microrregião Geográfica de Presidente Prudente - SP

Curso: 
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Data da Defesa: 
19/09/2009
Palavra Chave: 
Capital. Trabalho. (Re)ordenamento Territorial. Agroindústria Canavieira, Trabalhadores.

O universo do mundo do trabalho passou por significativas transformações a partir do processo de reestruturação produtiva do capital, estratégia deste último diante de sua crise estrutural. Assim, o trabalho passou, cada vez mais, a ser precarizado em suas diferentes formas – temporário, subcontratado, terceirizado. Há uma maior hetorogeneização, fragmentação e complexificação da classe trabalhadora. É nesse contexto, que capital e trabalho se (re)ordenam a partir das últimas décadas do século XX. A Geografia do Trabalho, que envolve a leitura das transformações espaciais, da relação sociedade x natureza pelo viés do trabalho, atende à necessidade de se pensar o trabalho, como processo de liberdade e não de aprisionamento. É nesse contexto, que a expansão do setor sucroalcooleiro na Microrregião Geográfica de Presidente Prudente provocou o (re)ordenamento territorial do capital e do trabalho nesta porção do território paulista que consideramos um “território em disputa”. As disputas ocorrem entre o capital sucroalcooleiro, os movimentos sociais de luta pela terra, visto ser uma região, considerada palco histórico de terras griladas. Logo entra em cena o poder latifundiário, além dos camponeses, considerados por nós, integrantes da classe trabalhadora. Assim, neste movimento, como consequência da reestruturação produtiva do capital, está presente a flexibilização das relações sociais de produção e de trabalho. Nas agroindústrias do setor sucroalcooleiro da área dessa pesquisa, a precarização do trabalho é nítida e se expressa por meio das mais diversas formas de desrespeito aos trabalhadores, como seres humanos. Além disso, a relação trabalho vivo x trabalho morto, sofre alterações, como em praticamente todos os setores produtivos, pois seja na parte industrial, como nas atividades no campo, a presença das máquinas e da automação é cada vez mais frequente, ocasionando o desemprego e deixando os trabalhadores sem qualquer opção, pois as atividades exercidas, principalmente, no corte da cana, já eram consideradas pela maioria deles, a última opção. Os sindicatos dos trabalhadores, em sua maioria, optam por acordos com o capital, além de lidarem com uma dificuldade presente no movimento sindical e na classe trabalhadora em todo o país, como reflexo de um fenômeno mundial, a dificuldade de unir os trabalhadores e fazê-los se entenderem enquanto classe. Daí a grande urgência deste início de século, tanto para os sindicatos, como para a classe trabalhadora como um todo, de compreender e concretizar ações para toda uma classe e não apenas para determinados segmentos, primeiro passo rumo à conquista de ações políticas emancipatórias.

Banca/Orientador(es): 
Profa. Dra. Vera Lúcia Salazar Pessôa
Banca / Examinador(es): 
Prof. Dr. Antonio Thomaz Junior (UNESP); Prof. Dr. Marcelo Rodrigues Mendonça - (UFG); Profa. Dra.. Eliane. Schmaltz Ferreira - (UFU); Prof. Dr. João Cleps Junior - (UFU)
Discente: 
Joelma Cristina dos Santos