A emergência de recentes abordagens, identificadas em conjunto pelo termo complexidade, que procuram compreender a realidade como resultante da ação múltipla de diversos fatores, e que se contrapõem aos padrões teóricos tradicionais em vigor nos diversos campos do conhecimento, vem ocasionado o desenvolvimento de inúmeras pesquisas, sob novos enfoques, no domínio da Geografia. Esta pesquisa tenta verificar em que medida as abordagens da complexidade oferecem contribuições teóricas de referência para os estudos conduzidos neste domínio. Para tanto, foi necessário estabelecer uma distinção entre a noção de método, ou lógica da descoberta, abordagens e procedimentos de pesquisa. Em seguida, procedeu-se à análise de livros, artigos e ensaios que versam sobre o tema da complexidade, e sobre os que abordam a aplicação das abordagens da complexidade na Geografia. Verificou-se uma aproximação entre alguns procedimentos identificados com a complexidade relativamente ao discurso característico dos geógrafos, sugerido como explicação para a grande aceitabilidade destas abordagens. Também foi possível distinguir, em geral, dois tipos de discurso, resultantes da aplicação das abordagens da complexidade na Geografia. O primeiro corresponde àqueles que fazem uso de teorias originárias das ciências naturais na interpretação de fenômenos geográficos, a partir da modelagem computacional. O segundo pode ser identificado pela preeminência do discurso filosófico, histórico, metacientífico ou literário, e pela freqüente utilização do termo paradigma, que desempenha função essencial na elaboração teórica de Edgar Morin, a principal influência desta vertente.

Anexos: 

Tese - Djalma Ferreira