Fauna flebotomínea na bacia do rio araguari, antes, durante e após a construção da barragem da usina hidrelétrica Capim Branco I, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil

Curso: 
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Data da Defesa: 
17/09/2007
Palavra Chave: 
Leishmaniose Tegumentar Americana, Leishmaniose Visceral Americana, Geografia médica, Flebotomíneos, Hidrelétrica Capim Branco I, Lutzomyia.

As Leishmanioses Tegumentar Americana - LTA e Visceral Americana – LVA são doenças infecto-parasitárias não contagiosas de caráter zoonótico, causadas por protozoários de várias espécies do gênero Leishmania, que acometem o homem e diversas espécies de animais domésticos e silvestres. São doenças consideradas reemergentes por reaparecerem ou se expandirem de maneira a atingirem outras regiões, nas quais a sua presença não tinham sido assinaladas. A Organização Mundial de Saúde considerada a LTA como a segunda doença mais importante causada por protozoários para a saúde pública. Os vetores da LTA e da LVA são flebotomíneos do gênero Lutzomyia, e que no mundo são conhecidas aproximadamente, 800 espécies, das quais 229 são encontradas no Brasil. Destas cerca de 40 espécies são consideradas suspeitas ou já foram comprovadas como vetores das Leishmanioses. Por isso, este trabalho teve como objetivo monitorar a fauna flebotomínia da área de implantação da barragem da Usina Hidrelétrica Capim Branco I, na bacia do Rio Araguari, no Município de Uberlândia, MG, antes e durante sua construção e após o enchimento do lago, relacionando-a com as alterações ambientais e com os elementos climáticos. A barragem da Usina Hidrelétrica Capim Branco I foi construída na latitude 18°47’25”S e longitude 48°08’50”W, no km 150 do rio Araguari, a partir de sua foz, junto à ponte do Pau Furado. Esta pesquisa foi realizada de maio de 2003 a dezembro de 2006, sendo iniciada pela demarcação dos pontos para a realização das capturas. Optou-se por escolher dois pontos de coleta na área de implantação da Usina. O primeiro ponto foi definido ao lado da ponte do Pau Furado e o segundo ponto, a aproximadamente 184m da margem do rio. Para capturar os flebotomíneos foram utilizadas armadilhas do tipo Shannon com fonte de luz de 1 lampião a gás com camisinhas de 500 velas, três armadilhas luminosas do tipo CDC (Center on Disease Control), alimentadas com baterias de seis Volts cada e tubo de sucção, capturador de Castro. Para estudar a dinâmica ambiental da área, foi traçado um Perfil Ecológico. Foram realizadas 87 capturas com 522h de trabalho de campo e 1500h de laboratório. Foram capturados 301 flebotomíneos de dois gêneros 160 flebotomíneos do gênero Brumptomyia e 141 Lutzomyia, sendo 199 capturados nas armadilhas de CDC e 102 na armadilha de Shannon. 135 foram machos e 166 fêmeas. Por se capturar duas espécies responsáveis na transmissão de Leishmania que causa a LTA na Região Sudeste (L. whitmani e L. neivai) e a espécie responsável na transmissão de Leishmania que causa LVA no Brasil (L. longipalpis), se faz necessário um Sistema de Vigilância Ambiental em Saúde com ações de prevenção e controle de flebotomíneos, com intuito de evitar riscos à saúde dos moradores do Assentamento “Vida Nova” como também aos visitantes que forem a este local para atividades de lazer, como a pesca.

Banca/Orientador(es): 
Prof. Dr. Samuel do Carmo Lima
Banca / Examinador(es): 
Profa. Dra. Eunice Aparecida Bianchi Galati. Universidade de São Paulo/USP; Prof. Dr. Carlos Alberto Paraguassu Chaves. Universidade Federal de Rondônia/UNIR; Prof. Dr. Carlos Henrique Alves Rezende. Universidade Federal de Uberlândia/UFU; Prof. Dr. Julio César de Lima Ramires. Universidade Federal de Uberlândia/UFU
Discente: 
Jureth Couto Lemos