Cerrado e Escola: os saberes tradicionais como alternativa metodológica à Educação Ambiental forma

Curso: 
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Data da Defesa: 
19/04/2007
Palavra Chave: 
Educação Ambiental – Escola – Ensino Fundamental – Saberes Tradicionais – Proposta Metodológica.

Surgida como conseqüência da Revolução Científica iniciada nos séculos XVI e XVII, a modernidade caracteriza um momento da história do planeta Terra em que nós, seres humanos, passamos a nos vermos separados da natureza, prioritariamente racionais, quase desprovidos de subjetividade. Assim, caminhando como seres errantes, ofuscados pela luz do cartesianismo, passamos a espoliar vorazmente os recursos naturais que, ao nosso lado, deveriam possibilitar condições de sobrevivência às gerações vindouras. Paradoxalmente, na tentativa de alcançar níveis elevados de bemestar material, distanciamo-nos de nossa essência, e acabamos por construir uma sociedade ambiental e socialmente injusta, violenta, egoísta e extremamente consumista. Para isso, um conjunto de valores constituintes de uma visão de mundo mais sustentável e acolhedora, teve que dar lugar a outros valores fundamentais à implantação do modelo de sociedade vigente. A década de 1960 ficou caracterizada como o marco inaugural de movimentos sociais muito diferenciados, a exemplo do movimento ambientalista. Nesse contexto, irrompeu a necessidade de se adotar uma conduta educacional que pudesse garantir a permanência das ações propostas pelo referido movimento. Na década de 1970, como resultado de várias discussões internacionais e nacionais, surgiu a Educação Ambiental, que, em sua origem, dava ênfase à formação de valores nas crianças. Nossa pesquisa, em duas escolas de Araguari/MG que trabalham com os primeiros anos do ensino fundamental, colocou-nos diante de uma realidade que não deixa dúvida: a Educação Ambiental, desviada de seu objetivo de trabalhar valores, enfatiza o repasse de conceitos especialmente da Ecologia e da Geografia, numa tentativa de conscientização ambiental, infrutífera porque não aborda dimensões importantes do ponto de vista subjetivo. Diante dessa realidade, elaboramos uma proposta metodológica de Educação Ambiental, direcionada aos educadores dos anos escolares iniciais, fundamentada no resgate de saberes tradicionais. Nossa proposta não representa uma tentativa de retorno a um passado idílico, mas, acima de tudo, é um chamado a cada educador, para que busque, em sua história e na história de seu povo, os valores abandonados como possibilidades para um re-pensar a vida, no e do Planeta Terra.

Banca/Orientador(es): 
Prof.ª Dr.ª Vânia Rúbia Farias Vlach – UFU/Uberlândia-MG
Banca / Examinador(es): 
Prof.ª Dr.ª Beatriz Aparecida Zanatta – PUC/Goiânia-GO, Prof.ª Dr.ª Doralice Barros Pereira – UFMG/Belo Horizonte-MG, Prof.º Dr.º Carlos Rodrigues Brandão – UFU/Uberlândia-MG, Prof. Dr. Júlio César de Lima Ramires – UFU/Uberlândia-MG
Discente: 
Mirna Gertrudes Ribeiro Oliveira