Análise geoambiental da bacia hidrográfica do Ribeirão Borá: Sacramento/Conquista - MG.
Esta pesquisa teve como objetivo realizar uma análise geoambiental na bacia hidrográfica do Ribeirão Borá, buscando estabelecer categorias por meio da integração das variáveis naturais. Para tanto, aplicou-se a Teoria dos Geossistemas que, entre outros fins, procura a conservação, o uso racional do espaço e o desenvolvimento sustentável. A bacia localiza-se na mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (MG), drenando parte das terras dos municípios de Sacramento e Conquista, ocupando uma área de 357,81 km². Foram utilizados documentos cartográficos do IBGE, GEOMINAS, EMBRAPA e CPRM; imagens do Satélite ETM+/Landsat 5; dados socioeconômicos; pesquisas bibliográficas e levantamentos de campo. A metodologia de trabalho seguiu a proposta de Libault (1971), que define quatro níveis de abordagem, sendo eles: compilatório, correlatório, semântico e normativo. As técnicas de geoprocessamento foram aplicadas com a utilização de vários softwares. A Formação Serra Geral – principal embasamento geológico da bacia (61%) – associada ao clima Tropical Semi-Úmido conduz à formação de solos, predominantemente da classe dos Latossolos, destacando-se o Latossolo Vermelho Acriférrico (60% da área) que, em geral, apresenta boa estrutura física para aproveitamento agrícola, exigindo apenas algumas correções químicas, como a calagem. Esse quadro interage com um relevo predominante de Topo Plano (54%), sem grandes ondulações que, também, facilita as atividades agrícolas e contribui para a manutenção dos recursos hídricos no subsolo. O uso da terra e da cobertura vegetal, para os anos de 2002 e 2009, revelou que, respectivamente, 70 e 72% das terras da bacia foram ocupadas predominantemente pelas atividades antrópicas (pastagem e agricultura). Ainda foi constatado que 95% das terras da bacia apresentam elevado potencial para uso econômico. Contudo, verificou-se que parte das atividades agropecuárias também ocupa as áreas de maiores declives (20 a 45%), o que não é indicado, pois, conforme determina a legislação ambiental, tais locais devem ser preservados ou destinados à reserva legal, além de serem impróprios para qualquer tipo de uso, segundo a classificação das terras no sistema de capacidade de uso. Na intenção de contribuir para maximização das potencialidades da bacia, foram apresentadas algumas sugestões de planejamento com adoção de práticas conservacionistas.